5 DIAS 5 QUESTÕES – RUGBY DE SEVENS

5 DIAS 5 QUESTÕES – RUGBY DE SEVENS

Antecedendo o Campeonato Nacional de Sevens que irá decorrer no dia 26 de Maio 2018, a partir das 12:00, no Campo da Guia em Cascais, lançámos um desafio ao nosso Diretor Técnico, Tomaz Morais: 5 DIAS 5 QUESTÕES SOBRE O RUGBY DE SEVENS.
O desafio foi aceite, pelo que, a partir de hoje, diáriamente, iremos publicar a resposta a cada uma das 5 questões que colocámos. A NÃO PERDER!

1. Qual a importancia deste Campeonato Nacional de Sevens?

É um grande orgulho para o Cascais receber um evento com esta importância nas suas instalações desportivas da Guia.
Tratando-se de um desporto olímpico ainda merece mais atenção de todos nós, pela sua inegável relevância.
Acreditamos que este campeonato pode, num futuro muito próximo, voltar a ser um evento de referência no panorama da modalidade a nível nacional e, por isso mesmo, queremos manifestar todo o nosso apoio ao Rugby de Sevens.
Os Sevens dentro do campo são muito competitivos e de extrema exigência, não só para quem joga mas, igualmente, para quem orienta as equipas.
Fora do campo, é uma das maiores manifestações de FairPlay, tornando-se inclusivamente, num jogo muito fácil de entender por parte dos espectadores, independentemente do seu grau de conhecimento sobre o mesmo.
O espectáculo desportivo que proporciona associado ao ambiente que se vive é impar e o Cascais Rugby quer dar o seu contributo imediato nesse sentido, proporcionando um dia de grande festa.

2. Quais as possibilidades de Portugal estar presente nos Jogos Olímpicos em Sevens?

Os Sevens deixaram de ser uma variante lúdica para se tornarem num jogo extremamente competitivo e excitante.
Retomando o passado olímpico, após muito empenho de todos os amantes do Rugby, os Sevens fazem parte do grupo de modalidades que marcam presença nos Jogos Olímpicos.
Caracterizado pela sua grande destreza técnica e permanente velocidade de execução, em que “errar é desumano”, no sentido cruel da expressão, porque é imediatamente aproveitado pelo adversário para capitalizar pontos.
Praticado regularmente em todo o mundo, exige que os jogadores estejam sempre no seu pico absoluto de condição física, como base imprescindível para terem sucesso no jogo.
Os cerca de 3 milhões de jogadores de Rugby de 116 países e as dezenas de milhões de adeptos no mundo inteiro, são sem dúvida uma das razões que ajudam a que a presença do rugby nos jogos olímpicos esteja para durar…
Acima de tudo, o Rugby reforça os ideais Olímpicos, uma vez que os seus princípios e valores são fundamentados na ética, no “fair-play”, na amizade e na competição pura, onde todos os países participantes podem ambicionar o máximo – uma medalha olímpica.
Portugal tem vindo a demonstrar, ao longo dos últimos anos que as características deste jogo, se adequam na perfeição ao perfil dos jogadores portugueses e ao seu estilo de jogo, baseado na técnica do manuseamento da bola e na criatividade na utilização da mesma.
A World Rugby tem vindo a ver reforçada a visibilidade e o crescente entusiasmo pelo circuito mundial profissional de Sevens que se tornou numa competição de eleição, com estádios completamente esgotados e um crescente share televisivo em todo o mundo.
Os Lobos tiveram o mérito e a responsabilidade de pertencer a esta elite, através dos magníficos resultados obtidos durante mais de uma década. Atualmente, Portugal tem um grupo alargado de jovens com características físicas e competências técnicas excelentes que merecem o retomar da aposta forte nesta modalidade e a criação dos alicerces fundamentais para que se possa, não só regressar à elite mundial já no próximo ano, mas também, lutar por um lugar na qualificação europeia para os Jogos Olímpicos do Japão.

3. Alguma inspiração para o modelo de treino de sevens?

A lenda do treino de Sevens é, sem duvida, aquele que durante mais de 20 anos, foi considerado como o melhor treinador do jogo reduzido, Sir Gordon Tietjens.
Quando em 1994, Titch (como era carinhosamente tratado no circuito mundial) assumiu, pela primeira vez, o comando dos ALL BLACKS SEVENS, ele não só era o treinador principal, como o preparador físico, nutricionista, analista, enfim tudo…
Passados 20 anos, os Sevens mudaram e tornaram-se um jogo supersónico, recheado não só de especialistas, mas principalmente de cientistas nas mais diferentes áreas do treino.
Guardo muitas recordações, aprendizagens e gestos de amizade deste senhor treinador, mas há uma que é impossível esquecer, a entrevista que deu em pleno estádio, logo após o jogo, a reconhecer que o empate a 24 pontos da Nova Zelândia com Portugal em 2014, no mítico torneio de Honk Kong, tinha sido uma derrota, pois os Portugueses tinham-lhes dado um exemplo de como jogar bem Sevens!
De todas as suas leituras, sobre o potencial evolutivo do jogo, há uma que ficará para a eternidade, quando durante uma entrevista prontamente afirmou: “aqui observamos os jogadores como os “super atletas” mais completos física, mental e tecnicamente, conjugando harmoniosamente todas as suas diferentes qualidades – um bom jogador de sevens aguenta tudo!” .
Aconselho a quem gosta de processos de treino exigentes, rigorosos e disciplinados e de uma liderança inspiradora, procure conhecer a obra de Sir Gordon Tietjens.

4. Qual o futuro do Rugby de Sevens em Portugal?

O Sevens é uma variante de rugby FÁCIL DE PERCEBER MAS DIFICIL DE JOGAR
A evolução e o futuro do Rugby de Sevens em Portugal, passa muito pelo retomar de algumas medidas estratégicas que ficaram comprovadas num passado recente. Refiro-me especificamente, ao Circuito Nacional Sénior e ao Circuito Sub 16 e Sub 18.
Fomos pioneiros na europa e um dos primeiros a nível mundial nesta matéria e, sem uma razão efetivamente fundamentada, abandonámos a versão circuito, substituindo-o por uma simples prova, integralmente realizada num dia.
O circuito, a médio prazo, irá provocar uma mudança cultural na forma como a comunidade rugbistica, de uma forma geral, vê esta variante de rugby, deixando de ter uma visão lúdica da mesma, para perceber que não só é fundamental na formação e desenvolvimento do jogador na sua versão mais atlética, mental e técnica, bem como, do ponto de vista comercial e médiatico, poderá trazer grandes vantagens para a FPR e para todos os clubes participantes.
As nossas selecções tonar-se-ão mais fortes e competitivas a nível internacional, podendo ambicionar voltar aos grandes palcos, como as “Series” e uma presença constante nos mundiais, retomando o que já aconteceu até ao ano de 2015.
Nos sevens, quanto mais um jogador joga, melhor joga!

5. Quais as expetativas para este campeonato nacional?

Este campeonato nacional vai ser bastante valorizado porque alguns clubes vão ter a possibilidade de apresentar os seus melhores jogadores.
Temos também assegurada a presença de jogadores, treinadores e árbitros com muita experiência comprovada na variante, quer no circuito mundial, quer no circuito europeu. Desta forma estão reunidas as condições ideais para um espectáculo de sevens a não perder!